Eloisa Lobo e seu espetáculo

Eloisa Lobo e seu espetáculo

Eloisa Lobo é uma das mais talentosas artistas plásticas goianas, tida em sua terra natal como promessa no circuito de arte nacional com reconhecimento internacional. A artista retorna agora de uma temporada de pesquisa na Europa entre cidades da Espanha e França e é escolhida pelo Anuário de Arquitetura da Bahia, para criar uma homenagem a terra do carnaval, sendo a primeira obra desde o seu retorno, contando com um aprimoramento de técnica e poética.

Curiosa e intuitiva, a artista goiana aprende a desenhar e pintar desde cedo. Aos dezoito anos entra para a faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, onde exercita os processos de desenho, aquarela, gravura, instalação, artes gráficas, escultura e claro, a pintura. Em 1992 começa a desenvolver sua identidade visual pesquisando o tema até hoje em desenvolvimento: o espetáculo. “Sempre fui curiosa e apaixonada pelos espetáculos. Comecei pelo circo, trafeguei entre as bailarinas e mergulhei no tablado até chegar a levitar ao redor das minhas séries lúdicas.” Hoje, depois de 25 anos de carreira Eloisa Lobo se joga em projetos inusitados na área da pintura sempre exclusiva e agora apresenta também suas joias de parede.

Suas obras tem como características traços trêmulos, cores foscas, leves e contemplativas com pitadas de dourado. Sobre as cores a artista tem o cuidado de produzir uma a uma depois de se deparar com a necessidade de incluir em suas obras tons que não eram oferecidas pelo mercado. Ela cria então sua própria paleta de cores se respaldando na psicodinâmica e no colorismo fosco e delicado.

Em sua pesquisa recente, a artista apresenta uma nova leitura sobre os espetáculos. Estes já não são mais representados por danças, saltos ou rodopios, eles são retratados através de locais dos quais acontecem os espetáculos. Com essa visão Eloisa cria a série Ekos. Ecos que reproduzem, perpetuam e se multiplicam através do céu, do mar, da imensidão onde traduzem poesia no ponto em que tudo se encontra, se encaixam ou se confundem, trajetórias mutantes em plena transformação.

“Nesta série trago o espetáculo através de monumentos pontuais que se juntam ao balanço, da água, da terra e do ar. Retrato movimentos com o frescor dos azuis misturados com o árido das areias, os encontros, fios que se esbarram e se embaralham.”

E é com o transbordar da estética da cor, do equilíbrio, da sofisticação e dos traços orgânicos que a artista juntamente com a Tria Galeria nos apresenta a obra que nada mais é que um espetáculo poético de extremo bom gosto de dois de nossos extraordinários monumentos, a igreja do Bomfim e o elevador Lacerda. Esta obra ilustra a capa do nosso Anuário de Arquitetura da Bahia de 2022/ 2023 do qual fará parte de uma longa história construída à diversas mãos.

Sejam bem-vindos a este lindo espetáculo.

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