Inserir memórias, valorizar sentimentos e despertar emoções são alguns dos objetivos do chamado design afetivo. A abordagem vem ganhando cada dia mais força no mercado de decoração, ao propor a inserção nos ambientes de elementos que reforcem a sensação de pertencimento. O design afetivo parte do indivíduo e de suas vivências, para a construção de um projeto que resgata o jeito de ser e a forma de viver dos moradores daquele espaço. Para além da parte estética, a modalidade transforma a residência em um verdadeiro lar.
“O design afetivo aborda as sensações transmitidas pelos ambientes, a partir da escolha de móveis, revestimentos, objetos de decoração etc. A soma desses itens provoca reações positivas nas pessoas que frequentam esses espaços”, destaca a designer de interiores, Cátia Bacellar. Essas reações estão relacionadas à identificação da pessoa com o espaço e à certeza de que ele foi pensado exatamente para ela, considerando aquilo que é importante em sua vida. E, assim, os ambientes passam a fazer mais sentido e dialogar com o proprietário, porque transmitem parte de sua história.
Importância do design afetivo
Sobre os benefícios do design afetivo, Cátia Bacellar aponta um dos mais expressivos, que é o fato de ele o ambiente. Os objetos decorativos não são escolhidos apenas pela sua forma. Passa a existir uma razão de ele ter sido inserido no layout. A decoração ganha um propósito. Além disso, dá para reduzir os custos envolvidos no projeto, por meio da reutilização de itens que o cliente já possui. “Podemos usar, por exemplo, materiais reciclados, móveis de família e objetos de viagens”, enumera a profissional.
Se o cliente já está com seu projeto pronto, mas quer apenas salientar essa sensação de pertencimento, mas sem promover mudanças significativas, a designer de interiores acena positivamente para a ideia. “Sim, isso é possível, com certeza. Repaginaremos o que está pronto, dando uma pitadinha de aconchego, com peças/utensílios do cliente”, conta.
Como adotar o design afetivo nos projetos
Investir no design afetivo é desafiador, porque o projeto deixa de depender apenas da criatividade e conhecimento técnico do profissional. Para que os ambientes representem seus donos com afetividade, é necessário que haja uma conexão maior entre o profissional e o cliente, a fim de que aquele consiga captar exatamente o que é valioso para este. “É fundamental buscar o máximo de detalhes sobre a intimidade do cliente, suas lembranças de infância, memórias, valores etc”, explica Cátia Bacellar. Uma das estratégias para conseguir alcançar esse nível de aproximação é investir nas entrevistas. O profissional pode agendar uma série de encontros com o cliente, para compreender os fatores que desencadeiam essas memórias afetivas, e construir o projeto a partir daí. Mas a designer de interiores, Cátia Bacellar, faz uma ressalva. “É preciso considerar todas as lembranças trazidas pelo cliente em uma entrevista minuciosa, mas sem perder de vista a funcionalidade
do espaço”, acrescenta.