De acústica, Débora Barretto entende. A Audium é uma empresa conceituada no ramo em Salvador, com mais de três décadas de atuação no mercado nacional. E essa especialidade é essencial, porque a falta de conforto acústico impacta negativamente na vida das pessoas. “A qualidade de vida inclui ter ambientes adequados, e a redução do ruído é parte disso”, salienta Débora.
Mesmo em ambientes já prontos, é possível melhorar a acústica. “Primeiro, estudamos se o problema é de condicionamento ou isolamento. A partir daí, oferecemos as soluções. Existem opções para quem está disposto a realizar pequenas obras e até para quem não quer obra em casa, como forros suspensos e baffles acústicos. E todas são muito eficientes”, explica Débora.
Outro ponto importante é que dá para adotar opções acústicas gastando pouco. “Existem soluções para todos os bolsos. É possível manufaturar painéis comprando lã, tecido, forrar e criar. É possível usar materiais ecológicos, como fibra de dendê, e soluções artesanais. Dá para encaixar no bolso. Precisamos desmistificar a ideia de que acústica é cara”, destaca a profissional.
Projeto acústico x decoração
O projeto acústico envolve várias fases, como estudo da volumetria, cálculo da quantidade com simulação, apresentação de soluções e representação gráfica da proposta e suas especificações. Assim, quanto mais cedo o projeto for inserido no planejamento da obra, melhor. “Na fase preliminar, o profissional idealiza algo, e a gente o transforma em elemento acústico. Se entramos após a compra do material, ficamos com opções mais limitadas”, destaca Débora.
Além disso, o projeto acústico precisa dialogar com a decoração do lugar. “Devemos relacionar o material com a estética, principalmente no condicionamento acústico, porque são materiais que ficam aparentes. É crucial entender o conceito estético e ver o material que se integra àquela arquitetura de interiores”, conta.
Isolamento acústico residencial
No caso de residências, o problema é o isolamento acústico entre vizinhos. “Não controlamos os ruídos dos vizinhos, e a maior parte ocorre pela inadequação das estruturas isolantes, vedações, paredes, lajes e esquadrias”, explica Débora Barretto.
Sem contar as questões internas da casa. “Uma pessoa está assistindo a um fi lme no home theather, enquanto outra quer dormir. Isso pode gerar conflitos. Por isso, a demanda de isolamento depende da rotina familiar”, pontua. Ela aponta o home office como outra situação delicada, já que precisa ser um ambiente produtivo e sem distrações.
Para o home theather, Débora explica que o ambiente precisa de simetria. “São dicas de forma, para quem está projetando. O posicionamento do sofá para a TV tem que ser longitudinal, para melhor percepção do surround sound. O formato retangular é o mais adequado. Evitar quadrado, formas achatadas. Posicionar bem as caixas de som, altura e equilibrar absorção. Também são necessários dois ou três tipos de materiais absorventes diferentes”, afirma.
Conforto acústico, absorção sonora e isolamento acústico: entenda as diferenças
Conforto acústico: relacionado a uma adequação do ambiente para o uso. E essa necessidade de adequação pode envolver o isolamento acústico ou o condicionamento acústico.
Condicionamento acústico: tem a ver com a redução da reverberação ou inserção de planos de reflexão sonora, muito importante para os ambientes em que há emissão de som e de voz. Necessário inserir materiais absorventes acústicos.
Isolamento acústico: relacionado à proteção do ambiente com relação aos ambientes adjacentes, diretamente ligado ao fenômeno físico conhecido como transmissão sonora. Pode ser tanto de dentro para fora como de fora para dentro.